A Valid desenvolveu uma solução de reconhecimento facial com detector de "vivacidade", a partir do acompanhamento do movimento dos olhos da pessoa pela câmera do celular. Um banco colombiano (Banco Davivienda) e outro em Honduras (Banco Atlántida) incluíram a solução em seu app e a empresa agora realiza algumas provas de conceito (POC, na sigla em inglês) no Brasil com um banco, uma rede varejista e uma fintech, informa Adriano Franki, vice-presidente de meios de pagamento e telecom da Valid. A expectativa é de que pelo menos um dos clientes brasileiros adote a solução comercialmente ainda este ano.
A ferramenta examina uma série de dados do rosto da pessoa, incluindo a distância entre seus olhos, por exemplo, e compara com uma imagem guardada na nuvem ou no próprio aparelho. A resposta vem em questão de milissegundos e com mais de 90% de precisão, dependendo da qualidade da foto e das condições do ambiente onde acontece o reconhecimento. O uso de adereços pode afetar o resultado, contudo. A presença de óculos escuros, por exemplo, impedem a confirmação. Por isso, recomenda-se que, para fins de autenticação, o reconhecimento facial seja trabalhado em combinação com outros fatores.
Fraudes
A principal motivação para a adoção de tecnologia de reconhecimento facial é o combate à fraude, afirma o executivo. "Quando somos chamados, esse é o primeiro ponto abordado", relata. Segundo Franki, fraudadores se passam por outras pessoas utilizando documentos verdadeiros, mas com fotos trocadas. Quem tem um mecanismo de reconhecimento facial poderia identificar esse tipo de fraude se já tiver aquele rosto cadastrado no sistema, ou aquele documento com outra foto, explica.
O vice-presidente da Valid prevê a utilização também pelo mercado de seguros, para prevenir a fraude no uso dos planos de saúde. Se o consultório médico tiver uma câmera e conexão com a Internet, será possível verificar se o paciente que se apresenta com o cartão de seguradora é de fato o beneficiário do plano.
A tecnologia também pode ser usada para aumentar as vendas. No caso do varejo, é possível identificar um cliente quando ele entra na loja, com base na imagem captada pelas câmeras, o que possibilita o envio de uma promoção personalizada pelo seu smartphone naquele momento, sugere Franki.
A Valid tem se especializado no mercado de identificação e autenticação digitais. Sua tecnologia está sendo usada por diversos estados brasileiros para a emissão de documentos de identidade e a empresa é a fiel depositária da base de dados das carteiras nacionais de habilitação, do Denatran.