Usada em 764 cidades, biometria atrasa votação e causa longas filas

 Mais de 21 milhões de brasileiros usaram a identificação biométrica. Mas, em muitos lugares, o sistema falhou e a votação atrasou. O exercício da democracia na ponta dos dedos. Foi assim que 21 milhões de brasileiros votaram neste último domingo (5).

 
"O sentimento de poder estar contribuindo com a nação. De estar mudando, de estar escolhendo os representantes que possam nos representar para fazer alguma coisa por nós”, conta o bancário Alexandro de Brito. A biometria foi usada em 764 cidades. Nos estados de Alagoas, Amapá, Sergipe e no Distrito Federal, todos os eleitores usaram o sistema.
 
Na biometria, além do documento com foto, o eleitor é identificado pela impressão digital. Só que muitas pessoas não conseguiram na primeira tentativa, o que provocou atrasos. Nas cidades de São Pedro, Águas de São Pedro e Louveira, no interior de São Paulo, foi preciso paciência. “O tempo é de 1 hora a 1h30 para votar”, diz um homem.
 
Duas horas foi a média de tempo para votar em Niterói, na região metropolitana do Rio. Por causa da demora, o Rio de Janeiro foi o último estado a começar a divulgar os resultados.
Em Alagoas, por causa de problemas no sistema biométrico, 240 urnas foram substituídas. O Amapá também teve problemas. Com o atraso, muitos eleitores tiveram que votar depois das 17h.
 
Em Sergipe, quase 1,5 milhão de eleitores usaram a impressão digital para votar. Essa já é a segunda eleição no estado com votação 100% biométrica, mas a experiência não agilizou a votação e o que se viu foi muita fila. “As pessoas demoram tentando a biometria que não funciona, limpam o dedo com álcool várias vezes", reclama o engenheiro civil José Alves Correia Filho.
 
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Dias Toffoli, disse que os problemas foram pontuais. “Se houve casos em que houve algum atraso, está mais do que claro pela hora e pelo horário de divulgação dos resultados que foram casos isolados”, diz o ministro.