Do total de 140 milhões que poderão votar no dia cinco de outubro, cerca de 16,7%, distribuídos por 791 cidades, incluindo 15 capitais, serão identificados pela impressão digital. A urna eletrônica é uma tecnologia brasileira criada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para dar mais agilidade, transparência e segurança às eleições. Este ano, com o aumento do números de eleitores que usarão a identificação digital, a expectativa é que a votação seja mais rápida e segura.
O secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, destacou que"não há duas digitais iguais no mundo. Esse é um dispositivo altamente preciso e confiável para a identidade do cidadão, tornando qualquer tipo de documento de identificação secundário", afirmou.
Neste ano, 16,7% dos eleitores, o que representa cerca de 23,3 milhões, vão utilizar a identificação biométrica na hora do voto. Até as eleições municipais de 2012, 7,7 milhões já tinham se cadastrado no sistema, e a meta estipulada para este ano era chegar a 22 milhões, número que foi superado em 6,28%. Segundo o TSE, o objetivo é alcançar 100% do eleitorado até 2018.
Nas seções eleitorais que utilizarem a biometria, o eleitor deverá posicionar o dedo sobre o sensor biométrico, para identificação – sendo dispensada a assinatura do eleitor na folha de votação. Na hipótese de problemas com o sistema biométrico, o mesário deverá verificar a foto constante no caderno de votação para só então autorizar o registro do voto.
Em 2008, o TSE iniciou um projeto piloto que utilizava o sistema biométrico de identificação dos eleitores. O sistema identifica as impressões digitais de cada um, o que afasta a possibilidade de fraude durante a votação. Pela biometria, é o próprio eleitor quem libera a urna eletrônica para votar, explicou Janino.
Segurança
"Hoje, nós temos a maior eleição informatizada do mundo. Considerando que 100% dos pontos de votação – são mais de 425 mil sessões eleitorais –, todos eles, a partir do ano 2000, funcionam eletronicamente", disse Janino, destacando que mesmo nas regiões mais distantes do País, a urna eletrônica estará presente para garantir a segurança na hora do voto.
Segundo o TSE, testes já foram realizados por uma equipe especializada e nem mesmo hackers conseguiram invadir ou danificar o sistema da urna eletrônica. "Em 18 anos de utilização da urna eletrônica, sequer houve um registro de fraude devidamente apurado e comprovado", disse Janino. O software da urna é composto de uma versão do sistema Linux, criada por uma empresa autorizada.
Para dar mais segurança e transparência, o TSE chama os partidos políticos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Ministério Público para acompanhar, no período de seis meses antes do primeiro turno das eleições, as fases de especificação e de desenvolvimento dos sistemas das urnas.
Além disso, um mês antes do primeiro turno destas eleições, em evento aberto ao público, as versões finais dos programas foram apresentadas, testadas, lacradas e assinadas digitalmente em ambiente específico e controlado pelo TSE.
A tecnologia brasileira foi adotada no Equador, Paraguai, Argentina, Costa Rica e República Dominicana. Nos Estados Unidos, México e Canadá, é usada a urna eletrônica, mas, em alguns estados e províncias, leis exigem o voto impresso conferido pelo eleitor.