TI é setor campeão em fusões e aquisições no País

O setor de Tecnologia da Informação (TI) há mais de três anos é o que apresenta o maior número de fusões e aquisições no relatório Pesquisas de Fusões e Aquisições no Brasil, realizado desde 1994 pela KPMG Brasil. O resultado da avaliação deste último semestre registrou 46 operações, das quais 20 envolvendo empresas de capital nacional [como Stefanini, Totvus e Linx]. O estudo aborda apenas as transações que impactam de alguma forma as operações das empresas envolvidas em território nacional.

De acordo com o sócio da área de F&A da KPMG Brasil, Luis Motta, participam do estudo 42 setores, entre eles alguns de grande movimentação, contudo não tão expressivos quanto o de TI, como Telecom, Construção, Energia, Finanças e Alimentos. “Os resultados ajudam muito o empresário a agilizar a tomada de decisões, a realizar o planejamento estratégico de maneira fundamentada, a firmar parcerias de valor, entre outras ações”, diz.

O estudo também mostrou que foram realizadas, na área de Tecnologia da Informação, 13 transações internacionais entre companhias estrangeiras que impactaram suas operações no Brasil [Lenovo com Nec e Intel com Mcafee são exemplos]. No total de operações em todos os setores pesquisados, entre janeiro e junho foi atingido o patamar recorde para um primeiro semestre de 379 transações no País, 8% a mais do que no mesmo período de 2010, quando aconteceram 351 operações.

“As companhias estrangeiras voltaram de forma definitiva ao cenário de Fusões e Aquisições (F&A) e estão apostando na aquisição de companhias brasileiras. Mesmo assim, as brasileiras estão ativas no mercado e promovendo negócios. No geral, a perspectiva para o ano, se mantido o ritmo deste primeiro semestre, é de um novo recorde de operações, acima das 726 transações de 2010, quando foi estabelecida a marca”, afirma Motta.

O executivo destaca que por trás das aquisições e fusões há muito investimento sendo realizado. Esta é uma informação importante, segundo ele, para avaliar o mercado. “É um termômetro que usamos ao prestar consultoria aos empresários e ao conceder nossas análises estratégicas, que envolvem revisão de processos e atualização da governança.”

Segundo o sócio da área de Perfomance&Tecnology da KPMG Brasil, Frank Meylan, os negócios realizados pelas empresas de TI têm aumentado a cada ano, o que demonstra que o setor é um dos mais aquecidos, apesar de as transações envolverem volumes menores. “São empresas que dependem basicamente de mão de obra especializada, e não de muito capital”, conclui.