A capital fluminense saiu na dianteira ao iniciar os testes de pagamento do transporte público a partir do uso de um smartphone com tecnologia NFC. Ainda em fase piloto, a cidade do Rio de Janeiro já conta com 200 pessoas fazendo uso do sistema. A expectativa é que essa fase de testes vá até dezembro, quando a RioCard deverá iniciar discussões sobre a homologação do modelo em testes e, então, pensar em dar escala ao projeto.
Em entrevista à InformationWeek Brasil, Damien Bullot, diretor de telecom da Gemalto para o Brasil, afirmou que o grande desafio até este momento foi unir todos os envolvidos, especialmente, as operadoras de telefonia móvel (Claro, Oi, TIM e Vivo). De outra forma, o serviço poderia acabar atrelado a uma única prestadora de serviço, o que não seria interessante para a população. “Trabalhamos para envolver os fornecedores, como um agregador mesmo”, explica.
Tecnologicamente não houve qualquer problema. Como lembrou Bullot, o mercado já dispõe de mais de 200 aparelhos com tecnologia NFC e, no Brasil, mais de 54% dos telefones móveis vendidos são smartphones. Além disso, boa parte dos validadores da RioCard presentes nos ônibus para uso dos cartões são compatíveis com NFC.
“Hoje, a principal barreira é educar as pessoas para essa tecnologia. Esse tipo de piloto é importante nesta fase de educação”, acredita Bullot. Como afirmou o executivo, os testes começaram há um mês e devem se estender até dezembro, quando a RioCard definirá o que fazer.
Como se trata de um piloto, os testes estão sendo realizado com o smartphone Motorola Razr D3, a justificativa é a de que ele oferece a tecnologia NFC em um dispositivo tido como mais popular, já que a maioria dos smartphones com NFC ainda está na faixa de preço mais elevada. Aliás, a popularização da tecnologia via modelos mais simples é tida como essencial para Bullot para um ganho de escala num projeto como esse.
A dinâmica funciona assim: a Gemalto fornece um SIM Card UpTeq, com a tecnologia MIfare4Mobile embarcada. Esse cartão já vem com todo arsenal de segurança necessário para proteger as credenciais do usuário. Um aplicado da RioCard também é instalado nesse chip, para propiciar o pagamento via aproximação nos validadores. O usuário também baixa um aplicativo na Google Play, que interage com o SIM Card e com a tecnologia NFC. Em países onde o sistema já roda em escala, como Coréia do Sul e Japão, o usuário pode efetuar créditos a partir do próprio celular, no Rio, ainda não existe essa possibilidade, os usuários receberam o aparelho com o chip carregado e vão testando até o término do piloto.
Se ganhar escala, novas parcerias precisarão ser feitas, como com bancos, além disso, entrará em cena também a plataforma TSM (Trusted Service Manager), da própria Gemalto, que servirá para gerenciar a base de usuários e disponibilizar outros serviços de valor agregado.
