Em breve, o Brasil deverá passar por uma necessária modernização da carteira de identidade comum, que vai dar lugar ao Registro Único de Identidade Civil (RIC), equipado com avançadas tecnologias de segurança. Para apresentar um panorama sobre as mais recentes tendências na área, Célio Ribeiro, presidente executivo da Abrid (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia de Identificação Digital), abordou o assunto nesta terça-feira (3), em São Paulo, durante a 16ª edição da Cards Payment & Identification 2011, evento de Cartões, Meios de Pagamentos e Identificação das Américas.
A implementação do novo modelo de RG vai cobrir as deficiências do atual, passível de fraudes por possuir apenas métodos ópticos para comprovação de autenticidade. Com o RIC, haverá uma espécie de chip com todas as informações do cidadão embutidas, além da impressão de assinatura e foto serem realizadas a laser para evitar remoção ou alteração com reações químicas. As linhas da impressão digital e os padrões das expressões faciais garantem o reconhecimento biométrico da identidade.
"Mas não significa que será interrompida de repente a emissão dos RGs de papel", afirma Ribeiro. O processo de substituição ocorrerá em etapas, com o fornecimento em seis cidades – Brasília, Salvador, Rio de Janeiro, Hidrolândia (GO), Itamaracá (PE), Nísia Floresta (RN) e Rio Sono (TO) – para alguns brasileiros selecionados (cerca de 50 mil) dos que possuem um cadastro atualizado. Logo em seguida, haverá a opção para a transição para o RIC em toda a "rede" de emissores no país e, ao longo dos dez anos do projeto, toda a população já terá o novo documento. "Entendemos que o grande medo das pessoas seja o recadastramento, a necessidade de enfrentar filas", diz o presidente da Abrid. "Por isso vamos executar isso aos poucos", reforça.
O desafio é modernizar o banco de dados com os registros, permitindo a unificação no território nacional. Isso facilita quem mora em outros estados, podendo pedir segunda via em locais diferentes da primeira emissão sem maiores problemas, e promove a integração de informações entre as unidades da federação.
Além disso, o RIC vai possibilitar um nível de segurança na identificação para "mostrar ao mundo" o avanço brasileiro durante a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. "O Brasil hoje, ocupa um espaço privilegiado na área de identificação, tendo ainda as principais empresas na área", diz Ribeiro.