RIC deve aquecer demanda por certificados digitais

A implantação do Registro de Identidade Civil (RIC) será o próximo fator de estímulo à demanda por certificados digitais no Brasil, acredita o coordenador de certificação digital do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Gilberto Netto.
 
“Isso irá trazer a certificação digital para as pessoas físicas, para todo o cidadão”, diz Netto, em referência ao projeto RIC, cujo piloto envolvendo cerca de dois milhões de pessoas no Distrito Federal, Bahia e Rio de Janeiro será desenvolvido a partir deste ano.
 
Trata-se da nova identidade do cidadão brasileiro, cujos dados pessoais – sexo, nacionalidade, data de nascimento, foto, filiação, naturalidade, assinatura, órgão emissor, local e data de expedição, data de validade do cartão – e outras informações referentes a outros documentos pessoais serão armazenados em um smart card (cartão com chip).
 
O chip e o certificado digital funcionam como mecanismo de segurança, para proteção das informações armazenadas no cartão.
 
De olho no aumento da demanda, o Serpro adotou novos padrões que reforçam a segurança dos certificados digitais que emite. O tamanho da chave do usuário dobrou, assim como a quantidade de bits do algoritmo usado nos processos de criptografia.
 
Segundo Netto, o Serpro passa a acompanhar uma tendência mundial no desenvolvimento dessa tecnologia. “Estamos seguindo as recomendações do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI). O segredo é estarmos sempre à frente das tentativas de quebra dos algoritmos utilizados”, explica.
 
A demanda por certificados digitais começou a aumentar no final do ano passado por causa do programa Conectividade Social ICP, da Caixa Econômica Federal, que regula a arrecadação de contribuições de empresas para o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
 
A exigência do banco representou um aumento significativo no número de pedidos de certificação digital. “Foi um verdadeiro boom. Começamos 2011 com uma média de 20 mil novos certificados ao mês. No fim do ano, estávamos emitindo 50 mil”, revela.
 
Atualmente, existem 40 autoridades certificadoras no Brasil. Mas a tecnologia e infraestrutura necessárias para os processos são oferecidas apenas pelo Serpro, Serasa, Certisign e Caixa Econômica Federal.
 
Além de sua própria autoridade certificadora, o Serpro também hospeda cinco outras, dentre elas as da Presidência da República, Receita Federal, Casa da Moeda, Justiça Federal e Proderj.