Projeto-piloto abre a era da biometria nas eleições

 Eleitores de 12 municípios catarinenses serão identificados pelas digitais antes de votar. Nestas cidades, o cadastramento biométrico, que iniciou em 2008 em todo o país, já foi concluído. Em outras cinco, o trabalho está em andamento. O Estado tem 142,1 mil eleitores habilitados nesta modalidade, e apesar de ser pioneiro na implantação de tecnologia para votações, está na lanterna da biometria no Brasil.

 
Em Florianópolis, os eleitores participarão neste domingo de um projeto-piloto que possibilitará a identificação por meio de dados biométricos ou da maneira tradicional, com um documento com foto. O programa foi aprovado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e será realizado também em Bento Gonçalves (RS).
 
Com a ação, os eleitores que cadastraram os dados junto à Justiça Eleitoral até 7 de maio poderão se identificar utilizando a digital. Ao todo, cerca de 34 mil votantes da Capital estão aptos a usar o novo sistema no primeiro e no segundo turno das eleições. A medida procura racionalizar o uso dos dados biométricos, em vez de deixá-los “inativos” no cadastro eleitoral até a implantação obrigatória da identificação biométrica em todo o país.
 
Mesmo com a mudança, os eleitores continuam obrigados a levar um documento de identidade com foto no dia da votação. Como o programa funcionará em caráter experimental, o sistema ainda estará sujeito a melhorias e aperfeiçoamentos. São válidos como documentos que comprovem a identidade do eleitor, por exemplo: carteira de identidade, passaporte, carteira de trabalho, carteira nacional de habilitação e certificado de reservista.
 
Lanterna nacional
 
De acordo com dados divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em números absolutos (142,1 mil), Santa Catarina ficou na penúltima posição em relação ao cadastramento biométrico. Já o percentual (2,9%) derruba o Estado para a lanterna do ranking nacional. Segundo a assessora-chefe da corregedoria eleitoral do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Renata Fávere, o mau desempenho em relação aos outros Estados se deve a questões administrativas. “Esse trabalho exige orçamento, equipamento, e por isso é gradativo”, justifica. Ela explica que todo o processo é gerenciado pelo TSE, que determina onde e de que forma será feito o cadastramento biométrico.
 
Nestas eleições, 21,6 milhões eleitores brasileiros serão identificados pela impressão digital na hora de votar. O número representa 15,1% do eleitorado geral. Em três estados: Alagoas, Amapá e Sergipe e no Distrito Federal, 100% dos eleitores já estão aptos a votar em urnas com identificação biométrica.