Emitidos há mais de um mês no Departamento da Polícia Federal (PF) em Santa Cruz, os passaportes eletrônicos já são realidade em todo o território nacional, desde o final da semana passada. Apesar do pouco tempo de circulação e de a maior parte da população ainda não ter acesso ao novo modelo, o documento já deu sinais de que pode transformar o controle migratório nos postos de fronteira e aeroportos, e vem sendo muito procurado pelos cidadãos.
A primeira leva dos chamados e-passaportes chegou à unidade local da PF no dia 13 de janeiro. Semelhante ao emitido há mais tempo em países como Japão e Estados Unidos, o modelo pretende oferecer segurança e agilidade, por conta de um dispositivo eletrônico de gravação de dados inserido em sua capa. Neste chip constam as mesmas fotografia facial e impressões digitais que aparecem impressas na caderneta.
A ideia é permitir a comparação automática entre os dois conteúdos, por meio de equipamentos instalados em aeroportos, portos e fronteiras terrestres. “A diferença para o antigo passaporte de capa verde é que os equipamentos fazem a leitura dos dados, então não é preciso mais digitá-los, o que representa um ganho significativo de velocidade”, explica o delegado Sérgio da Silva, que controla a unidade do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Ele acredita que, quando o documento alcançar um número maior de pessoas, o fluxo nos aeroportos deva ficar bem mais leve. A substituição do antigo modelo pelo novo acontecerá gradativamente, na medida em que os passaportes expirarem o prazo de validade. Quem possuir o passaporte antigo, e ainda estiver no prazo, não precisa requerer novo documento.
DEMANDA
Segundo o agente André Garcia Barbosa, da PF local, responsável pelo núcleo de migração, a implantação do novo formato provocou uma “febre” na procura por passaportes. Na sexta-feira da semana passada foram emitidos em todo o País mais de 7.700 passaportes e entregues mais de 8.400. Além de ser um novo recorde, representa um aumento de 70% em relação à mesma data no ano passado. Em Santa Cruz, não é diferente. “Antes fazíamos de 15 a 20 documentos por dia, hoje estamos fazendo entre 30 e 35”, diz Barbosa. Conforme o agente, há casos de regiões onde os departamentos não estão dando conta da demanda. É o caso de Caxias do Sul, que recorreu a Santa Cruz para conseguir administrar todos os encaminhamentos recebidos.
Barbosa ressalta ainda que o novo sistema não alterou nem o procedimento nem a infraestrutura para obtenção dos passaportes, e a unidade vem conseguindo manter a agilidade na emissão. “Na maioria das vezes, o cidadão consegue agendar a apresentação para o dia seguinte”, afirma. O tempo de confecção e a taxa de R$ 156,07 também não se alteraram.