Primeiro Seminário Técnico Científico em documentoscopia revela novidades

O Núcleo de Documentoscopia do Instituto de Criminalística de São Paulo (IC- SP) realizou, na semana passada, o 1º Seminário Técnico-Científico em Documentoscopia. As apresentações foram feitas no auditório do prédio da Superintendência da Polícia Técnico-Científica, à Rua Moncorvo Filho 410, e abordaram diversos temas que englobam perícia em documentos.

A Casa da Moeda do Brasil, uma das patrocinadoras e palestrantes, deu treinamento para capacitar os peritos criminais em novos elementos técnicos de segurança documental presentes na nova família de cédulas do Real brasileiro. O novo passaporte brasileiro, as novas certidões, o Projeto RIC, destinado a conter o número único de registro de identificação civil, também foram tratados.

“O falsário se aproveita do desconhecimento da população no reconhecimento de cédulas para efetuar com êxito o seu golpe. A Casa da Moeda do Brasil criou essa nova família de notas que se equiparam ao euro e ao dólar em termos de segurança. Cabe, agora, ao Banco Central instruir o cidadão”, disse diretor vice-presidente de tecnologia da Cada da Moeda do Brasil, Carlos Roberto de Olveira, que durante sua palestra revelou todos os elementos de segurança – mais de 23, divididos em três níveis de segurança – das notas que entraram em circulação.

Segundo a perita- diretora do núcleo de documentoscopia do IC-SP, Silvana Manzi Granja, responsável pela organização, o principal objetivo do evento foi promover a integração dos peritos criminais para agregar conhecimentos, atualizá-los e capacitá-los em novas tecnologias de elementos de segurança documental, em análises documentoscópicas e normalizar termos técnicos em documentoscopia.

“Nos dias de hoje basta abrirmos um jornal ou ligarmos um televisor para sermos bombardeados por diversas notícias referentes às fraudes documentais, estelionatos, falsidades ideológicas, entre outros. Assim como a imprensa, os tribunais também estão repletos de processos envolvendo essas questões que só poderão ser solucionadas com a ajuda de um perito em documentoscopia forense, que, entre todas as modalidades periciais, é uma das que mais causa admiração e que tem como objetivo identificar falsificações em diversos tipos de documentos. Sempre que uma informação tiver sido subtraída ou acrescentada, sempre que uma vírgula ou um número tiver sido modificado, ou que documentos tenham sido ilegalmente produzidos, a documentoscopia forense será acionada com o intuito de revelar a verdade e solucionar questões e desvendar fraudes”, disse, em discurso, o superintendente da Polícia Técnico-Científica, Celso Perioli.

Tempos atrás, estelionatários se utilizavam de instrumentos comuns como estiletes, colas, lixas, lâminas para fraudar carteiras de identidade, certidões de nascimento, contratos, passaportes. Hoje em dia, o desenvolvimento das técnicas de impressão, o conhecimento de softwares e outras técnicas mais avançadas, permitem que esses criminosos criem ou alterem documentos que escapam de olhares os mais atentos. O perito dessa área deve estar sempre atento a novas técnicas de falsificações; necessita possuir uma percepção especial que escapa ao olho comum; deve sempre atualizar seu conhecimento nos dispositivos gráficos de segurança, nos processos de produção gráfica e fotográfica, em tintas, papéis, impressões e holografia.

Estiveram presentes neste 1º Seminário Técnico-Científico em Documentoscopia as empresas responsáveis pela fabricação do papel de segurança, tintas de segurança e impressões de segurança, transferindo aos peritos as novas tecnologias para os documentos de segurança.

Os peritos do Núcleo de Documentoscopia do IC-SP abordaram em suas apresentações os assuntos mais procurados pelos peritos de todo o Estado de São Paulo, como: a realização de perícias em documentos reproduzidos (xerox), assunto polêmico entre os peritos; dificuldades de análises nas Carteiras de Identidade; utilização de equipamentos específicos para os exames documentoscópicos – VSC 6000 (máquina importada da Inglaterra, que custou em torno de R$ 700 mil,’); análises de Carteiras de Habilitação, documentos de veículos, cartões plásticos; cartuchos e embalagens para cartuchos.

O evento teve o patrocínio das empresas em segurança documental Arjowiggins Security, Casa da Moeda do Brasil, Crown Roll Leaf, RR Donnelley, SICPA e Thomas Greg & Sons, e o apoio institucional do IPT.