Os 33 mil moradores de Vitória que usam o cartão de gratuidade dos ônibus municipais serão punidos caso emprestem o equipamento para outra pessoa, a partir deste mês de janeiro. Todos os coletivos foram equipados com um moderno sistema de identificação facial, que vai identificar se a pessoa que usar o cartão é a mesma que foi cadastrada para receber o benefício, evitando fraudes. Segundo a prefeitura, durante a fase de testes em novembro e dezembro de 2013, quase 1,8 mil cartões foram bloqueados por uso indevido. Com o fim dos testes, dependendo do caso, o usuário só poderá voltar a usar o benefício após um ano ou pode perdê-lo.
O cartão de gratuidade pode ser adquirido por idosos e deficientes físicos; estudantes também podem ter, mas o benefício é de apenas 50%. Eles fazem um cadastro na Secretaria Municipal de Transportes (Setran) e depois no Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Espírito Santo (Setpes-ES). Uma foto é tirada para o cartão e também é usada para identificar se quem fez o cadastro e o mesmo que usa o equipamento nos ônibus. O sistema de biometria nos ônibus começou a valer, efetivamente, a partir do dia 5 de janeiro. A câmera é bem discreta e fica logo na entrada do ônibus, acima do leitor de cartões. Quando o passageiro entra no ônibus, automaticamente, a câmera já tira seis fotos, que são analisadas pelo banco de dados. Se o sistema não reconhecer a pessoa, as imagens são enviadas para a central.
Na central, os funcionários usam um programa para comparar as fotos, analisando todos os traços do rosto. "[O sistema analisa,] principalmente, a distância entre os olhos o rosto e o queixo faz uma triangulação. Feita essa triangulação, ele identifica se aquela pessoa é da fotografia ou se é um terceiro utilizando", explica assessora técnica do Setpes, Maurício Rocha.
Punição
Só em 2013, quando o sistema foi implantado em fase de testes, quase 1,8 mil cartões foram bloqueadas por irregularidades em sua utilização. Destes bloqueios, 561 pessoas solicitaram o desbloqueio com devida justificativa. Mas segundo a Setran, agora que os testes terminaram, neste mês de janeiro, as pessoas que tiverem o cartão bloqueado não poderão voltar a usar o benefício com tanta facilidade.
Dependendo de cada caso, o usuário pode ficar de dois a doze meses sem poder usar o cartão. As pessoas serão avisadas por meio de mensagens em suas casas, que informarão o motivo do bloqueio e quanto tempo ele vai durar.
"A ideia é evitar fraudes. Antes da biometria, era possível que a pessoa emprestasse esse cartão para terceiros, muitas vezes eram pessoas da família, mas em outros casos esse benefício era negociado com outras pessoas. É de extrema importância acabar com essas fraudes, pois é em cima da quantidade de pessoas que usam os coletivos que conseguimos diminuir o valor das tarifas", disse o secretário de Transportes de Vitória, Max da Mata.