IMPA teve abertura com a palestra da ABRID

O palestrante que abriu o primeiro Workshop de Identificação Moderna, Processos e Aplicações – IMPA foi Carlos Collodoro, consultor da ABRID. A palestra intitulada A identificação a serviço do cidadão foi esclarecedora e serviu para ressaltar a urgência de um serviço de identificação mais eficaz frente às autoridades ali presentes.
 
Collodoro apresentou-se dizendo que seu objetivo era sair um pouco do ponto de vista dos conceitos técnicos e colocar algumas ideias e sugestões para conversar a respeito, com uma nova visão da identificação, olhando-a como cidadão, de fora do instituto.  Dessa maneira, o consultor expôs o tema de maneira didática e compreensível.
 
Collodoro discorreu sobre o futuro da identificação. Introduzindo o tópico, o consultor disse que enxerga os órgãos oficiais de identificação desempenhando dois papéis distintos, o trabalho de identificação civil e o de identificação criminal. O primeiro envolve um processo de cadastramento, análise de dados e emissão de documentos com base de pesquisas biométricas. Já no outro (identificação criminal) também é feito cadastramento e análise de dados, mas nesse caso, não há emissão de documentos, e sim a criação de uma base de dados com essas informações. A partir daí, com levantamento de fragmentos e cena de crime, é feita uma análise/pesquisa biométrica gerando um laudo papiloscópico que serve pra destruir inquéritos e chegar a uma solução no judiciário. Com esse processo tem-se a eficácia na resolução de crimes e do outro lado, temos busca de um documento de identidade seguro para dar tranquilidade ao cidadão e às instituições que nos seus processos precisam ter a certeza da identidade das pessoas. Daí a importância da modernização do processo de identificação atual.
 
Collodoro prosseguiu dizendo que mesmo desempenhando atividades similares, é possível observar uma grande diferença em termos de infraestrutura técnica, tecnológica e até operacional entre os institutos de identificação no Brasil. Alguns têm profissionais suficientes para exercer todas as atividades propostas e outros não, bem como alguns detém tecnologias mais avançadas e outros, ainda fazem tudo de forma manual. Esse cenário traduz uma dificuldade operacional enorme e, a partir da complexidade desse quadro, o consultor mostrou o quanto urge uma integração e sincronização. Com essa sincronização, as pessoas que requereram documentos de identidade pela primeira vez, já teriam seu cadastro no banco de dados biométricos.
 
Com base nas tecnologias disponíveis, Collodoro apresentou algumas soluções para a problemática: no âmbito da identificação civil, o instituto tem uma oportunidade única de, na ocasião em que o cidadão for retirar seu primeiro documento, de colher o maior número possível de informações dessa pessoa. Já na identificação criminal, a captura eletrônica e informatização, mesmo que a capacidade de processamento dessas informações não seja possível num primeiro momento, seriam capazes de criar um banco de dados criminal. “Se começarmos agora, daqui vinte anos teremos uma base de dados”, disse.
 
Collodoro dá continuidade dizendo que uma outra opção é os estados criarem um documento nos moldes do RIC para quando este estiver pronto, os estados já estariam preparados, com estrutura pronta, para recebê-lo.  
 
O consultor da ABRID apresentou ainda em sua palestra um termo criado por ele mesmo, a “Infovia”, que ele descreveu como sendo uma estrada de duas vias e duas mãos, na qual a pavimentação começa com os dados biográficos do cidadão. Quem irá fazer tal pavimentação seria o instituto de identificação, que começa com a impressão digital, com a imagem de face e, futuramente, poderá agregar as outras biometrias. Ao fazer isso, ter-se-ia condições de dar um suporte melhor às forças judiciais do estado. A partir daí, na outra via da estada, se oferecerá muito mais segurança ao cidadão na sua identificação.
 

Collodoro citou casos em que a identificação causa problemas e como eles seriam evitados com tais soluções apresentadas por ele. E finalizou pontuando que a identificação é a mola propulsora para a implantação de projetos seguros no âmbito do governo do estado e não só no âmbito da polícia.