Gemalto vê ponte entre Portugal e Brasil na economia digital

Portugal é “um país avançado na implementação de tecnologia de segurança digital, devido à sua posição de liderança nas tecnologias digitais e serviços eletrônicos, tais como ebusiness, ecommerce e egovernment, que são áreas de forte especialização da Gemalto”, afirma Natalia da Silva Fakhri, gerente comercial da Gemalto para a área governamental da Península Ibérica. O país “tem uma sólida infra-estrutura em termos de identidade digital, o que abre por sua vez oportunidades para as exportações e realização de transações comerciais com outros países que poderão ser estratégicos, pelo seu posicionamento nestas matérias, nomeadamente o Brasil”, devido à “forte ligação linguística e cultural que facilita a ‘redescoberta’ do Brasil, mas agora através da economia digital”.


Para esta responsável, a Gemalto “está atenta ao impacto que estas questões têm na expansão do comércio eletrônico transfronteiriço sustentável, porque só com  segurança e respaldo jurídico as PME’s portuguesas poderão competir nos mercados externos usando a Internet para transações de comércio eletrônico B2B (Business to Business), nomeadamente com os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai)”. No início de Fevereiro, no workshop “A segurança digital a alavancar o e-commerce transfronteiriço”, que decorreu em Lisboa, também Gerson Rolim, coordenador do Brasil no “Projecto Mercosul Digital”, explicou como “o Mercosul é um mercado de exportação de interesse para a Europa, pois o Brasil e a Argentina apresentam atualmente um crescimento econômico acima da média europeia. Por exemplo, a América Latina apresenta um potencial de receita estimada em um trilhão de dólares em comércio eletrônico em 2011, o que significa uma extraordinária oportunidade para as empresas realizarem negócios on-line”.


No evento, também o CEO da Gemalto considerou que “Portugal está acima da média da União Europeia em e-government e já tem a infra-estrutura necessária para o e-commerce internacional para as pequenas e médias empresas”. Segundo Olivier Piou, citado em comunicado, “o país tem implementado de forma proativa as infra-estruturas de segurança digital nos últimos anos, com base em certificados digitais (PKI), assinaturas digitais e identidades eletrônicas (cartão de cidadão inteligente), bem como os serviços públicos on-line que facilitam a vida dos cidadãos e das empresas”. Para Piou, “estas oportunidades permitem que as PMEs sejam capazes de se expandir nas exportações, por exemplo para o Brasil, onde as assinaturas digitais também são publicamente reconhecidas e legalmente aceites. As empresas portuguesas que pretendam desenvolver os seus negócios podem fazê-lo facilmente, apresentando-se na Internet, e estarem protegidas legalmente através do uso da assinatura digital”.


A Gemalto, presente desde 2006 no mercado nacional, participou nos “projetos de documentos eletrônicos portugueses, fornecendo os componentes de segurança (chips, inlays) para os cartões de cidadão, passaportes eletrônicos, permissão de residência e cartões tacógrafo”, refere Natalia Fakhri, mas “também atua em outros sectores como o financeiro, fornecendo cartões bancários EMV (Europay, Mastercard e Visa), bem como dispositivos seguros para autenticação no Internet banking”. A Gemalto foi ainda a responsável tecnológica pelo recente cartão universitário inteligente (contato/sem contato), implantado na Universidade do Porto para 30 mil alunos, com o Banco Santander. Segundo esta responsável, “o cartão oferece aos alunos e professores, identificação  pessoal, facilidades de pagamento, acesso ao campus, acesso lógico e  assinatura de documentos e outras aplicações digitais concebidas para tornar a vida universitária mais conveniente e segura”. Outro setor onde podem entrar em Portugal é na e-health, havendo a oportunidade “mediante a implementação do novo registro eletrônico de saúde anunciado pelo Governo”. Finalmente, questionada quanto a abrir uma subsidiária em Portugal, Natalia Fakhri declara que “a empresa não descarta a possibilidade de investir no país, caso a procura das empresas pelos nossos produtos e serviços aumente”.