A Serasa Experian realizou, em 1º de dezembro, o 8º Painel Econômico Serasa Experian, cujo tema foi a política econômica do novo governo.
No evento, palestraram Fernando Abrucio, cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas; e o diretor-presidente da RC Consultores, Paulo Rabello de Castro.
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Em sua palestra, Fernando Abrucio destacou o aumento em investimentos que o novo governo terá de fazer, principalmente nas áreas de infraestrutura, segurança e saúde. “É possível que essas políticas ganhem uma particularidade maior que no governo Lula”, previu o cientista político.
Abrucio ainda ressaltou a importância de se conter a carga tributária. “Não dá mais para avançar nessa carga, e isso já é consenso na classe política”. O cientista político, porém, não acredita em um ajuste fiscal profundo. “É o que eu quero, mas não é o que vejo.”
Já Paulo Rabello de Castro se mostrou muito mais cético. “O cenário internacional é sombrio”, disse. Rabello explanou sobre as dificuldades que as economias europeias e norte-americana enfrentam, e alertou para o risco que o Brasil corre. “Não podemos importar inflação desses países”, comentou o presidente da RC Consultores.
Para o economista, é preciso, com urgência, conter os gastos públicos, além de fazer as reformas tributária e fiscal, antes que as dificuldades econômicas cheguem ao país. “O tempo está correndo, e a nova presidente terá de agir o mais rápido possível”, salientou Paulo Rabello, que data o fim do primeiro semestre de 2011 como período máximo para se fazer os ajustes. “Foi algo que o Obama não fez, e agora não tem mais como conseguir”, exemplificou.
Consensos
A urgência de se fazer as reformas tributária e fiscal foi consenso não só entre Fernando Abrucio e Paulo Rabello de Castro, mas também entre os participantes do debate, mediado pelo jornalista William Waack. À mesa de discussões, além de Abrucio e Rabello de Castro, juntaram-se Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da FIESP; Laércio de Oliveira Pinto, presidente da Unidade de Negócios de Serviços de Crédito da Serasa Experian; e Luiz Rabi, gerente de Indicadores de Mercado da Serasa Experian. “As reformas têm que começar a ser feitas logo no primeiro dia de mandato”, explicitou Luiz Rabi.
O aumento dos juros foi outro ponto em que todos estiveram de acordo. “Até eu sou a favor”, provocou Paulo Rabello. Os debatedores acreditam que o aumento será oficializado já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom. “Seria o último favor que o Meirelles faria ao novo governo”, disse Paulo Francini.
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