"A Copa das Confederações e, principalmente, a Copa do Mundo estão sendo os grandes propulsores desse crescimento sem paralelo", diz o diretor de segurança eletrônica da Abinee, Marcos Menezes. "A expectativa para os próximos anos é de um crescimento contínuo. Estamos falando de contratos de 20,25 anos", afirma.
Menezes explica que, para se adaptar às exigências da Fifa, as empresas estão se adequando às normas e padrões utilizados em todo o mundo. Com isso, abrem chances de obter certificações internacionais. A necessidade de cumprir essas exigências cria uma situação nova: o trabalho conjunto das empresas, diz ele.
O plano de segurança do Governo Federal para os megaeventos, dividido em 15 áreas temáticas, tem custo estimado de R$ 1,17 bilhão. Desse total, cerca de três quartos (R$ 877,5 milhões) serão gastos com equipamentos. Estão sendo implantados 14 centros de comando e controle dois deles nacionais, em Brasília e Rio de Janeiro, e o restante nas demais capitais que vão receber jogos.
Até equipamentos insuspeitos, que parecem ter pouco a ver com segurança, podem entrar na conta das empresas da área, durante as copas. "O sistema de som e imagem nos estádios, por exemplo, serve a mais de um propósito. Para informação, para entretenimento e, também, para a segurança. Num caso de evacuação, ele é fundamental", afirma Menezes.
Essa situação, segundo o diretor da Abinee, faz com que os contratos com as concessionárias dos estádios, responsáveis pela infraestrutura de segurança, possam variar de algo em torno de R$ 20 milhões a R$ 60 milhões.
O diretor geral do Protege lembra que um jogo de futebol demanda segurança antes, durante e depois. Em média, são 12 horas de trabalho. Como esses profissionais têm uma remuneração média de R$ 30 por hora, cada um deles deve receber cerca de R$ 360 por partida. Com 2 mil empregados em cada jogo, somente com pessoal de segurança deve ser gasto algo em torno de R$ 720 mil, numa partida.
O executivo lembra, porém, que a demanda não se restringe aos jogos de futebol. A Fifa ainda é responsável pela segurança nos campos oficiais de treinamento, nos centros de treinamento de seleções, nos hotéis onde as delegações ficarão hospedadas, nos locais utilizados para a realização de eventos subordinados e em seus escritórios. "O céu é o limite. O segmento de segurança patrimonial tem a pretensão de firmar-se internacionalmente com esses eventos", diz Oliveira.
O diretor superintendente da Gocil Segurança e Serviços, César Leonel Silva Neto, tem a mesma opinião. "Atuar nas copas representaria muito para a empresa. Muito mais que retornos financeiros, obteríamos atestados de qualidade superior", diz ele. E a empresa já investe para tanto. "Construímos um novo centro integrado de comando e controle e estamos fazendo grandes investimentos em treinamento de pessoal."
Segundo o diretor de negócios da NEC Brasil, Massato Takakuwa, os dois megaeventos também antecipam a utilização de novas tecnologias. "Elas podem ser utilizadas, sobretudo nas arenas, como as aplicações biométricas", diz o executivo. Segundo ele, a impressão digital e o reconhecimento facial são "tecnologias maduras", que devem integrar o sistema de segurança.
Esses subsistemas de segurança eletrônica, na avaliação de Takakuwa, podem representar 15% a 20% dos gastos em segurança eletrônica de um empreendimento.