Com um mês de funcionamento, o sistema de biometria instalado nos 140 ônibus do transporte coletivo de Limeira flagrou 453 irregularidades envolvendo cartões de gratuidade ou desconto. Segundo a secretária de Mobilidade Urbana, Andréa Soares, a maior parte delas – cerca de 80% – foi cometida com cartões de estudantes.
Para a secretária, seriam, na maior parte das vezes, parentes dos alunos que emprestam a carteirinha para pagar a passagem mais barata – agora, o banco de imagens do sistema detecta a irregularidade ao comparar a foto do cartão com a do passageiro. Com o cartão, os estudantes pagam um terço da tarifa, ou seja, R$ 1. Também têm direito ao cartão de gratuidade os idosos acima de 60 anos e pessoas com deficiência.
De todos os 453 cartões bloqueados, apenas 150 pessoas procuraram o SIT (Sistema Integrado de Transporte) para regularizar a situação. "O restante não apareceu. Acredito que (é porque) tenham sido os casos de má utilização do cartão, ou seja, o empréstimo deliberado, onde a pessoa sabe que o que está fazendo é errado", comenta a responsável pela pasta.
O bloqueio é feito em até 24 horas após o uso irregular. Quando o usuário tem o cartão suspenso, ele precisa comparecer à sede do SIT, localizada no Terminal Central Urbano, com os documentos pessoais. Ao pedir a segunda via do cartão, ele terá que assinar um termo de responsabilidade de uso correto do benefício e pagar uma multa no valor de cinco tarifas vigentes, ou seja, R$ 15.
Conforme Andréa, quando um usuário é identificado fazendo uso indevido do cartão, ele é orientado pelos funcionários. "Às vezes, a pessoa não sabe que não pode emprestar. Mas o que queremos é que o cartão seja utilizado por aquele que tem o direito garantido", afirma.
Biometria
O sistema de biometria permite a identificação do usuário que utiliza o cartão nos ônibus do município. Quando ele passa pela catraca, o sistema dispara oito fotos que são descarregadas na garagem e comparadas com a foto do titular do cartão. Caso seja comprovada a irregularidade, a carteirinha é bloqueada. O objetivo principal é reduzir fraude no sistema e, segundo Andréa, traçar um perfil do passageiro, já que será possível identificar, por exemplo, os pontos onde mais embarcam usuários e quais as rotas que eles utilizam.