Ainda este ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) pretende dar início ao projeto-piloto de implantação da certificação digital para médicos no país. A expectativa é de que o trabalho permita os ajustes necessários à implementação da iniciativa em todos os estados. A informação foi dada pelo presidente da entidade, Roberto Luiz d’Avila, durante simpósio preparado especificamente para discutir o tema.
O encontro – realizado na sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) – aconteceu nos dias 4 e 5 de maio e contou com a participação de várias entidades relacionadas ao tema, como a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (Sbis), Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Instituto Nacional de Identificação (INI/DPF/MJ) e Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI). As contribuições ajudarão o CFM no desenvolvimento de sua solução.
Também participaram representantes de profissionais de outras categorias que já contam com certificação digital, como os advogados, e de estabelecimentos de saúde que implantaram sistema de prontuário eletrônico.
"Não há volta neste caminho. Nosso objetivo é garantir ao médico a melhor solução para que possa usar essa ferramenta com facilidade e oferecendo ao paciente a devida segurança", alertou d’Avila. Para ele, os debates são fundamentais para fazer o diagnóstico da situação atual dos conselhos no uso da informática em saúde e permitir o planejamento estratégico para superar os desafios que se impõem.
O conselheiro Desiré Callegari, responsável pelo Setor de Tecnologia da Informação do CFM, afirmou que a certificação digital para médico é inevitável. "A Medicina não pode perder o passo da história. As novas tecnologias exigem dos profissionais a perfeita adequação às novas ferramentas, o que pode trazer ganhos significativos inclusive na qualidade da assistência", lembrou.
De acordo com o conselheiro, a novidade ajudará a aproximar o médico dos conselhos de medicina devido à ampliação da oferta de serviços que poderiam ser realizados à distância pelos médicos. Com a assinatura eletrônica, por exemplo, seria possível solicitar e emitir atestados, certidões ou acompanhar o andamento de processos sem sair de casa ou do consultório.
No encerramento do simpósio, dAvila, ponderou que é importante subsidiar as instituições que não seguem essas instruções para que seja possível progredir nesse processo. “Este é um momento histórico importantíssimo para o futuro, que deverá colocar em prática um serviço de excelência para toda a sociedade", finalizou.