Biometria ajuda a evitar fraudes na área da saúde pública

 A biometria, usada nos últimos anos no Brasil para facilitar a votação em urnas eletrônicas pode virar uma aliada também na área da saúde. A tecnologia aposenta os ultrapassados cadastros em fichas de papel em troca da identificação biométrica do paciente ou seja, a partir das impressões digitais. Entre as vantagens, estão a redução de custos, o controle efetivo dos procedimentos e medicamentos e a prevenção de fraudes em recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

 
O novo sistema está em fase de estudos para implantação nas Secretarias de Saúde dos municípios gaúchos de Candelária, Gravataí e Santa Rosa. Um dos problemas que serão corrigidos com a identificação biométrica é o número de pacientes homônimos, o que pode prejudicar o registro de consultas e procedimentos médicos, além do próprio cidadão. A identificação biométrica acaba com as chances de equívoco em cadastros e informações de pacientes, garante Normênio Momm, analista de sistemas da IPM, empresa especializada em sistemas de gestão pública, que desenvolve a tecnologia.
 
No modelo utilizado hoje, pacientes com nomes Maria de Jesus ou José da Silva, por exemplo, correm o risco de serem confundidos, ou pior, medicados com substâncias de princípio ativo aos quais são alérgicos.. Com a identificação biométrica, os profissionais da saúde não terão chance de erro na identificação do paciente. Outro problema que será evitado pelo uso da tecnologia é a fraude em recursos para procedimentos de alto custo junto ao Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com Normênio, um único procedimento médico pode ultrapassar os R$ 70 mil.
 
Para tanto, o controle e auditoria do SUS no repasse desses recursos às prefeituras é defasado. “O prestador conveniado ao SUS tem a obrigação de informar ao município os procedimentos que realizou para comprovação e recebimento dos serviços prestados. Atualmente tudo é registrado em papel, de forma manual e não possui uma auditoria efetiva sobre estas execuções, o que aumenta o risco de erro”, explica.
 
Rede de saúde acessa o mesmo sistema
 
A biometria atente a diretrizes do Ministério da Saúde, que tem estreitado o cerco no sentido de dar mais transparência aos recursos utilizados na área e para garantir o acesso dos usuários aos serviços do SUS.
 
A tecnologia, que funciona em sistema Cloud Computing, permite a identificação do paciente e a confirmação dos procedimentos realizados junto a hospitais, clínicas e laboratórios conveniados ao SUS.
Ou seja, as mesmas informações do paciente, como o Registros Eletrônicos em Saúde (S-RES) e o Prontuário Eletrônico do Paciente – PEP , são acessadas por toda a cadeia de atendimento de saúde conveniada à prefeitura pela internet.
 
O profissional da saúde também será identificado pela biometria, acabando com a exigência de logins e senhas para acessar o sistema. A tecnologia segue os padrões da resolução CFM Nº 1821/2007 adotados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS). A previsão da IPM e das prefeituras gaúchas é iniciar a implantação do sistema biométrico na área da saúde ainda neste ano.