Alexandre K. Soyama

Vice presidente da Divisão de Soluções em Biometria da NEC.

11/09/2014

Diversas informações podem ser fornecidas por meio da face humana e, atualmente, o rosto de uma pessoa tornou-se a base para a mais fascinante e promissora tecnologia forense: sistema de reconhecimento facial.

Razões pelas quais a tecnologia de reconhecimento facial está se tornando mais predominante e precisa:

  1. É uma tecnologia simples de implementar e operar;
  2. Usuários finais não precisam ser especialistas em biometria para avaliar o resultado de uma busca;
  3. O crescimento do uso de smartphones para capturar fotos e vídeos;
  4. O processo de captura da face é não intrusivo, dispensa contato e é menos restritivo;
  5. Investimento contínuo na melhoria da tecnologia por empresas de bimetria, como a NEC.

Cenários Reais

O caso de grande repercussão mais recente envolvendo tecnologia para identificar suspeitos é o bombardeio na Maratona de Boston, em abril de 2013. Exsitem opiniões divergentes se a tecnologia de reconhecimento facial foi útil na busca pelos terroristas, mas uma coisa é clara: a vigilância por vídeo foi muito útil para rastrear os movimentos dos suspeitos. As imagens divulgadas dos suspeitos de Boston, obtidas por câmeras de vigilância instaladas no entorno do evento, tinham entre 12 a 20 pixels, enquanto o recomendado requer cerca de 90 pixels. Mesmo em uma condição de baixa qualidade das imagens, o sistema de reconhecimento facial auxiliou na análise das mesmas.

Um *estudo recente realizado pela Universidade Estadual de Michigan (MSU) simulou a atividade pós-forense dos atentados de abril de 2013 na maratona de Boston. O estudo analisou a confiabilidade do sistema de reconhecimento facial automático para auxiliar a aplicação da lei na identificação de suspeitos de bombardeio. Na simulação, os pesquisadores utilizaram o mesmo vídeo usado para incriminar os suspeitos e procurou as faces contra um banco de dados de 1 milhão imagens. O estudo concluiu que o produto NEC NeoFace mostrou maior precisão dentre os produtos utilizadas na simulação.

Aplicação da Tecnologia

O campo de busca forense é uma aplicação natural para o reconhecimento facial. Agentes de campo munidos com PDAs podem enviar buscas para sistemas de reconhecimento facial remotos ou até mesmo uma lista de pesquisa local no próprio dispositivo e rapidamente determinar se um indivíduo é um criminoso conhecido.

Em um futuro próximo, outras aplicações para uso de reconhecimento facial podem surgir, como a instalação de agências em aeroportos que usem a tecnologia de reconhecimento facial para filtrar as características viajantes estrangeiros.

Mesmo que o principal uso do sistema de reconhecimento facial seja por agências governamentais, as demais oportunidades estão surgindo para uso desta tecnologia, tais como: segurança em caixas eletrônicos; controle de acesso a funcionários; fidelização de clientes e identificação de clientes VIP.

Visualizando o Futuro

“O reconhecimento facial continua sendo um grande foco de investigação forense devido à sua natureza não-invasiva e porque é o principal método de identificação pessoa. Inúmeras oportunidades surgirão para agências governamentais e aplicações comerciais”, disse Raffie Beroukhim, vice presidente da Divisão de Soluções em Biometria da NEC.

Apesar de algum ceticismo, os algoritmos atuais possuem uma precisão dez vezes maior em relação aos algoritmos de reconhecimento facial de uma década atrás e 100 vezes mais precisos do que os de 1995. Algoritmos atuais superam a percepção humana em reconhecer faces e podem até mesmo identificar gêmeos idênticos. O mercado continua a ganhar aceitação, crescendo em cerca de 60% ao ano e deverá superar 1 bilhão em 2013.

Devido ao potencial da tecnologia para tornar a vida melhor e mais segura, muitos especialistas forenses preveem que a tecnologia de reconhecimento facial se tornará parte da sociedade.

*O resultado completo da avaliação da tecnologia de reconhecimento facial feito pela MSU pode ser acessado em: www.cse.msu.edu/rgroups/biometrics/

*Artigo de Alexandre K. Soyama, gerente do Departamento de Desenvolvimento de Software da NEC no Brasil, com base em texto de John Dowden, gerente senior de produtos da divisão de soluções de Biometria da NEC Corporation of America, publicado na revista norte-americana Evidence Technology Magazine.