A dupla que revolucionou as fronteiras nos aeroportos

 
 
CEO da Vision-Box, Miguel Leitmann 
 
 
 
Toda a experiência de viajar, desde que se entra no aeroporto até ao destino, é cada vez mais fácil, rápida e cômoda. Já é possível passar no controle de fronteiras de forma automática, graças ao uso da biometria incluída no passaporte electrônico. Esta solução, que está revolucionando a experiência de viajar, saiu da cabeça de dois portugueses: Bento Correia e Miguel Leitmann.
 
"O nosso projeto de entrada no mercado da biometria através do controle de fronteiras automatizado, da criação de máquinas de captura biométricas para o passaporte português e o bilhete de identidade português, nasceu em Portugal, onde foi implementado, mas depois começou a ser usado por cidadãos estrangeiros”, conta Miguel Leitmann, presidente-executivo (CEO) da Vision-Box.
 
Num negócio de aeroportos, a internacionalização tinha de chegar cedo. O executivo recorda a história do político inglês que, em 2007, foi jogar golfe ao Algarve e, ao passar por uma daquelas máquinas automáticas, no aeroporto de Faro, gostou tanto do conceito que quis levar um protótipo para o aeroporto de Manchester. Ao fim de três meses, a Vision-Box estava com um projeto-piloto em Inglaterra com a mesma tecnologia que tinha sido aplicada em Portugal. Seguiram-se outros aeroportos britânicos, Helsínquia e depois o resto do mundo começaram a abrir portas à tecnologia portuguesa.
 
Hoje a internacionalização vale cerca de 95% do negócio da Vision-Box. O mercado norte-americano e Médio Oriente são focos muito importantes, tal como a Austrália, região onde estrearam em 2015. Ásia é o novo desafio, mas Europa é o mercado mais forte.
 
A empresa liderada por Bento Correia e Miguel Leitmann começou em 2001, com investimento, essencialmente, em força do trabalho. "Começamos com investimento em capital humano, não em capital social, um investimento no sentido de desenvolver produtos e soluções que pudessem ser comercializados”, conta Bento Correia, atual ‘chairman’ da empresa.
 
Hoje a companhia que Bento Correia e Miguel Leitmann lançaram, quando tinham pouco mais de 30 anos e trabalhavam juntos, fatura 35 milhões de euros. Está em mais de 60 aeroportos internacionais e tem mais de três mil sistemas de identidade electrônica em todo o mundo. Tem já em funcionamento um projeto pioneiro no aeroporto de Aruba, um território autônomo holandês das Caraíbas ao largo da costa da Venezuela, onde tudo é feito em regime de ‘self service’, desde o ‘check-in’ até ao embarque.
 
Neste quiosque – o “Happy Flow’ – é feita a entrega da bagagem, o passageiro tem um envelope virtual e, a partir daí, só precisa do reconhecimento facial. Ou seja, expandir a utilização da biometria a outros pontos do aeroporto. O projeto-piloto é uma parceria com a transportadora aérea KLM, os governo de Aruba e da Holanda e o aeroporto de Schiphol.
 
Mas a missão de ser líder mundial no apoio a governos, autoridades de controle de fronteira, aeroportos e todas as organizações que querem melhorar a segurança ainda não terminou. "Estamos a investir em soluções inovadoras. Vamos lançá-las com mais empenho nos próximos dois anos. Vão ajudar a experiência dos cidadãos no planejamento e na execução das suas viagens. Toda a experiência de viajar, passar pelos controles, embarcar no avião, vai mudar”, diz o chairman da Vision-Box, acrescentando: “Vamos surpreender o mercado com muita inovação, a começar por Portugal”.
 
Fonte: Económico