O advento e uso maciço da internet possibilitou a desmaterialização de inúmeros processos e atividades, alguns dos quais tão incorporados que nem mais nos damos conta. Quanto de nossa correspondência, pessoal ou comercial, hoje, fazemos em papel? Quanto fazemos por e-mail? É uma atividade simples e presente na rotina de qualquer empresa, mas que nos provoca a refletir o quanto mudamos hábitos, rotinas e processos, em poucos anos, realizando no meio eletrônico coisas que se materializavam, sobretudo, em papel.
A desmaterialização em processos burocráticos e negócios resulta em muita agilidade e simplificação, que se traduz em eficiência e economia. Mas, em muitos casos, a segurança e a validade jurídica são atributos imprescindíveis. Por isso a certificação digital nos processos e negócios no ambiente virtual é a tecnologia que permite usufruir completamente de todos os benefícios da desmaterialização. Tanto é assim que áreas mais “conservadoras” e rigorosas quanto a critérios de segurança e autenticidade, como o judiciário e o fisco, na esfera pública, tornaram eletrônicos várias rotinas e processos, com grandes vantagens, diretas e indiretas.
Mas essa é uma tecnologia que hoje está acessível a empresas de todos os portes e segmentos. As grandes empresas estão mais adiantados no uso e desfrute das vantagens dessa tecnologia. Mas as médias e pequenas também já estão descobrindo as vantagens em poder realizar várias atividades sem necessidade de deslocamento, gasto de papel e tinta, além de não precisar enfrentar filas e senhas (diga-se, perder tempo), valendo-se, para isso, da internet e a certificação digital.
Cerca de 3 milhões de empresas até o fim deste ano estarão com um certificado digital em mãos, relacionando-se virtualmente em diversos processos, como o Conectividade Social da Caixa e o e-CAC da Receita Federal. Também a Justiça vem intensificando muito a aplicação desta tecnologia, dotando de maior eficiência os seus processos, e com novas e diversas formas de interação entre o judiciário e a população.
É uma realidade que nos leva a concluir que essa desmaterialização vai se expandir e se acelerar muito. E em relação a isso somos muito otimistas porque vislumbramos ganho de qualidade na prestação dos serviços na esfera pública, agilidade, melhoria no nível de controle e transparência, redução de custos, sem prejuízo das indispensáveis segurança, autenticidade e validade jurídica. Quando isso ocorre no serviço público, o maior beneficiário direto é o cidadão. Na iniciativa privada, simplificação, agilidade e economia se traduzem em mais lucratividade, competividade e, cm consequência, sustentabilidade. Ganha a economia e ganha toda a sociedade.
Igor Ramos Rocha, presidente da Unidade de Negócios de Identidade Digital da Serasa Experian