Até 2006, o outsourcing era um termo utilizado para designar uma ação na qual as empresas procuram mão-de-obra terceirizada, ou seja, fora de suas companhias, para realizar determinados serviços e tarefas. No entanto, depois de um artigo na revista Wired, escrito pelo jornalista Jeff Howe, o conceito ganhou uma nova ramificação chamada crowdsourcing, mostrando o potencial do Poder das Multidões – por acaso, título do livro de Howe sobre o assunto, lançado dois anos depois.
Realizada pela segunda vez no Brasil, a Conferência Crowdsourcing de Co-criação e colaboração reuniu, em São Paulo, especialistas sobre o assunto e representantes de grandes empresas que decidiram abrir setores para receber ou oferecer posições de trabalho para qualquer um que estivesse disposto a realizar um projeto, escrever sobre um assunto, aprender ou simplesmente ajudar o próximo, às vezes sem ganhar nada por isso.
A parte brasileira do debate foi representada, dentre outros, pelo head de Marketing Corporativo da 3M do Brasil, Luis Eduardo Serafim. O executivo contou sobre a experiência de crowdsourcing dentro e fora da 3M, explicando sobre o ambiente de colaboração da companhia, no qual os funcionários podem “acessar tecnologias da empresa para criarem seus próprios projetos. Os conhecimentos gerados são da empresa, e não do indivíduo ou de um departamento”, explicou Serafim.
Para exemplificar esse conceito, executivo contou a história de Art Fry, um químico da 3M que utilizou uma tecnologia de adesivos removíveis criada por seu colega, Spencer Silver, para inventar o Post-It famoso bloco de anotações reposicionável. Luis Serafim também contou sobre a rede social chamada The Spark, que reúne em um ambiente colaborativo os 7 mil cientistas da empresa – uma maneira de “entender e enxergar onde estão as oportunidades” concluiu.